quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Eu não sou Headbanger

Ou metaleira, como preferir.

Fazem mais ou menos seis anos que entrei no mundo alternativo, ou seja, comecei a ouvir metal e vestir roupas do estilo. Mas até hoje não me considero headbanger. 

A série de posts do blog Moda de Subculturas explica bem porque os jovens atuais não se identificam com as subculturas totalmente, mas sim acabam fazendo de seu estilo uma mistura delas. Super concordo com isso, já que não tem como fazer parte de um movimento do passado, já que o momento histórico é bem diferente. 

Mas vamos lá. Não foi exatamente por isso que eu não me considero headbanger. Senti, quando comecei a querer fazer parte da tribo, uma seletividade exagerada e absurda.

O movimento dos outros bangers é o de exclusão dos novos adeptos, e não de agregação. Falo aqui do metal porque é a subcultura que mais me identifiquei no quesito musical e visual, e que passei pela experiência.

Quando eu falo de exclusão, falo de cobrança psicológica. Foram estabelecidas "regras para ser um headbanger de verdade". Você tem que escutar todas as bandas clássicas de metal há pelo menos 5 anos, para ser autorizado a usar uma camiseta da banda x; Você tem que conhecer todos os membros que passaram um dia pela banda que você gosta; você tem que conhecer todas as músicas impecavelmente, e reconhecê-las quando elas começam a tocar, logo após as duas primeiras notas... Bem, a lista é bem grande.

Mas vamos pensar. Como é isso pra alguém que acabou de conhecer o movimento? Como é a sensação? Uma pessoa que acabou de conhecer o estilo não cumpre tais requisitos. Essa pessoa vai se sentir mal, excluída, sozinha. Ela terá medo da ofensa suprema: ser chamada de poser. Ter sua carteirinha do clubinho do metal arrancada.

Acho que é bom refletir sobre o quão nocivo isso é para os novos fãs. A pessoa então teria duas opções: uma seria seguir tudo que os outros dizem, e depois começar ela mesma a excluir outras pessoas, criando um círculo vicioso de bobagem ou sair da cena.

Falando um pouco sobre a minha experiência, eu fiz um pouco dos dois. No início, pensei mesmo que o problema era comigo, e passei a ouvir o máximo de bandas que conseguia. Depois, caí nessa de chamar a galera de poser. Felizmente logo percebi o quão idiota é isso, e parei. Foi só usar a cabeça um pouco, não é tão difícil. Três perguntas devem ser feitas a si mesmo:

1. Eu tenho o poder de decisão sobre a vida do outro? 
2. Sou eu que estipulo regras para outras pessoas participarem ou não de uma subcultura, qualquer que seja ela?
3. O que eu tenho a ver com isso?

A resposta mais lógica seria "não" para a primeira e a segunda e "nada" para a última. "Ah mas esses posers tão acabando com a cena" "Ah mas eu gostava dessa banda muito antes dela ser modinha"

Na minha opinião, o que mais acaba com a cena é justamente esse lance da exclusão. Como ter novos adeptos, se você exclui e humilha eles? E beleza, se você gosta tanto da banda, depois de passar a modinha, você continua gostando e vida que segue. Não é tão difícil.

Depois que comecei a pensar nisso, acabei me desiludindo um pouco. Conheci muita gente assim e tento realmente não agir como elas. Se conheço alguém que se interessa pelo som, tento apresentar as bandas que gosto, num movimento contrário, o de agregação. Hoje não me considero headbanger do jeito que apresentei pra vocês no post, apesar de continuar ouvindo metal, e seguir o meu estilo, sem regras nem cuidação de vida dos outros.

Então, amiguinhos, vamos pensar bem em como estamos agindo com as outras pessoas. Diga não ao clubinho do metal.

Lembrando que esta é minha opinião pessoal. Se tiver alguma crítica, faça com educação e respeito.


Gif só pra descontrair heh (FONTE)

-x-x-x-x-

Escrevi este texto ontem, porque li esses dias o post do MdS, que mencionei no próprio texto. Comecei a refletir bastante e resolvi escrever algo por aqui, já que estava há tantos dias sem nenhuma atualização.

Gostaria de avisar pra vocês que vou ter algumas novidades nessas férias! Tô gostando do rumo que este blog está tomando, e pretendo dar mais uma atençãozinha pra ele agora que tenho mais tempo.

Feliz Natal e um ótimo Ano Novo! <3 

12 comentários:

  1. Sim, a galera reclama que o metal tá morrendo, e surge um novo fã e eles escorraçam! Sentido pra quê, né? Isso é a clássica "síndrome de underground".

    Eu também sou metaleira não, embora eu ouça majoritariamente metal. Acho mega escroto botar um rótulo. Eu sou eu, e acabou. Ouço tal coisa, me visto assim, mas isso não me define.

    ResponderExcluir
  2. Não sou headbanger, apesar de amar black metal e death metal me identifico muito mais com a musica gótica e tudo mais. No meio alternativo existe muito preconceito, vivem reclamando que o metal ta morrendo perdendo força mas quando aparece alguém que gosta e não é muito velho "ah, não pode porque é modinha", tanto no metal quanto em outras vertentes existe muito mimimi!
    Beijooooos <3 adorei o post

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, é verdade! Só não falei muitos das outras subculturas porque não tive a experiência. Obrigada por comentar! Beijoss

      Excluir
  3. Acho isso uma bobeira, ficar tentando se rotular é perca de tempo quando se pode ouvir tudo que agrada os nossos ouvidos, não é porque a pessoa curte um black metal que não pode apreciar um Zé Ramalho, esse é meu caso, e outra coisa na historia do rock as pessoas foram tão rebeldes para não ter que seguir regrinhas desnecessárias e agora um bando de gente andando por ai com o "manual headbanger", a vida é tão curta para ficar limitado a regras que não acrescentam em nada, então é isso estava com saudade do teu blog, boas festas e bjs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente, Z! disse tudo!
      Eu também estava com saudade de você, que bom que passou por aqui!
      Beijão!!

      Excluir
  4. Olá! Tudo bem?
    Estava procurando alguns blogs para conhecer e encontrei o seu.
    Acho isso um pouco complexo pra questionar. Hoje em dia, a concepção das subculturas só é a mesma pra quem vê de fora, pois pra quem vive nela é um pouco diferente. Minha humilde opinião, me desculpe rsrs... O punk, por exemplo, com certeza tem muitas vertentes, e por mais que tenha uma lista sobre "como ser um punk de verdade", isso acaba caindo por terra. É meio confuso, não se explicar bem. Acho que só confundi um pouco mais as coisas.
    Creio que o rótulo externo é o principal causador de tudo isso.
    Já estou te seguindo, me segue tbm?
    Vou adorar ter você lá no meu blog!
    Espinha Punk !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! Isso que você falou dá um pouco mais de esperança pra cena ehaha
      Estou visitando seu blog :3 Obrigada por passar por aqui!

      Excluir
  5. Pq vc sumiu? =(

    www.memoriasdeumaguerreira.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Longa história... Mas já estou preparando um post pra voltar pra cá :3
      Obrigada por se lembrar de mim <3

      Excluir
  6. MEU AMÔ, QUE SAUDADE QUE EU TAVA DAQUIEEEE! <3 E então, sobre o assunto, concordo inteiramente com você. Eu nunca tentei me adaptar ou fazer parte de quaisquer subcultura exatamente por esse tipo de comportamento dos "adeptos" e também, porque não gosto de me limitar em absolutamente nada. Tem várias bandas "clássicas" eu considero um porre, e não conseguiria ouvir apenas para me sentir aceita. Eu mesmo me aceito, meus amigos me aceitam, então, é o que interessa. Eu nunca tive essa necessidade de querer a qualquer custo aprovação de ninguém, então, isso meio que ajuda um pouco as coisas fluirem pra mim. Hauhauha! E apreciei muito sua postura de admitir as experiências que teve, e cá pra nós, com essa mentalidade linda, é muito mais autêntica que muitos desses bobões que ficam reproduzindo esses esteriótipos idiotas! TÔ CONTIGO MINHA LINDA! <3
    Beijos
    4sphyxi4

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ahhh, também estava com saudades de você!!! Ainda to em hiato com esse blog, ainda não sei quando vou voltar a postar :/
      Muito obrigada pelos elogios!! hehe Hoje em dia também não tento mais me enquadrar em nada, mas na época da adolescência isso acaba sendo muito importante.

      Beijões sua lindona <3 <3

      Excluir

Os comentários são moderados para que eu possa ler e responder todos!
Muito obrigada por ler até o fim e comentar!